O encontro intersetorial realizado no Polo UAB (Universidade Aberta do Brasil) teve o intuito de apresentar e discutir uma série de questões que permeiam a nova realidade adolescente a partir do desafio da Baleia Azul, com foco na prevenção e identificação de casos.
O coordenador do Programa de Saúde Mental do município, Reinaldo de Carvalho, e o professor da Secretaria Municipal da Educação, Anderson Bençal, explanaram sobre a problemática sob o ponto de vista da saúde pública e educacional, respectivamente.
É necessário, segundo Bençal, que diante deste fenômeno, as informações e orientações repassadas aos profissionais durante o encontro sejam capazes de alcançar os pais dos adolescentes para que se mantenham atentos a rotina de seus filhos. “Neste momento, o papel de vocês, profissionais, é orientar principalmente os pais, que são os agentes que irão identificar o problema, pois estão em convívio com seus filhos. Conhecendo as regras e os desafios impostos pelo jogo é possível detectar mudanças de comportamento”, alerta o professor.
Para o coordenador do Programa de Saúde Mental, abordar o suicídio não é comum na nossa cultura, até mesmo por uma imposição religiosa. Até há pouco tempo, mesmo dentro dos serviços de saúde, havia o viés de que conversar sobre o tema com o paciente era uma forma de sugestioná-lo ou incitá-lo ao suicídio, o que não é verdade. “Muito pelo contrário, hoje, no Brasil, temos a Campanha Setembro Amarelo que objetiva a prevenção ao suicídio. No ano passado o tema era ‘Suicídio: vamos falar sobre isso’. Portanto, o intuito hoje é conversar sobre o fenômeno”, adverte Carvalho.
Em Votuporanga, os serviços de saúde do município não registraram nenhum caso que tivesse ligação com o jogo Baleia Azul.