“Todo dia eu só penso em poder parar. Meio dia eu só penso em dizer não. Depois penso na vida pra levar. E me calo com a boca de feijão” (Cotidiano – Chico Buarque).
A autenticidade está no comportamento, em como o ser humano se expressa verbalmente, gestualmente, mas também em suas condutas cotidianas. Em tempos de crise ética, de redes sociais “a flor da pele”, discursos de pouca tolerância e fragilização das relações humanas, ser autêntico é desafiador.
O ser humano autêntico é aquele que apresenta coerência pelo que vive, vive por sua verdade interior, mas como a sobrevivência do mundo é um exercício de adaptação, manter-se autêntico é um desafio constante.
A pérola do deserto hoje é se manter fiel aos seus princípios, mas para isso, muitas vezes, é necessário pagar um altopreço pela manutenção dessa fidelidade as nossas próprias verdades. Coragem e insensatez se misturam nesse processo.
Cada ser humano é diferente, feito em sua totalidade, mas com garantias as suas individualidades.
A Constituição Federal nos mantem iguais perante a lei, no Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 5º) –“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, mas não garante a autenticidade.
Autenticidade consiste na certeza absoluta da veracidade ou originalidade de algo, sendo esta obtida através de análises feitas no objeto em questão.
Quando algo tem autenticidade significa que é verdadeiro, ou seja, não passou por processos de mutações ou reproduções indevidas. A autenticidade é a natureza daquilo que é real e genuíno.
Um exemplo nas Artes Plásticas, antes de vender qualquer obra produzida, é necessário se assegurar a sua autenticidade. Neste caso, a autenticidade é necessária por uma questão de segurança.
Quando falamos de documentos importantes ou contratos, a autenticidade destes ajuda a diminuir a aplicação de fraudes e golpes contra terceiros. Por norma dos Cartórios, a autenticidade de documentos é usada para garantir que estes são legítimos.
A autenticidade pode se referir ao comportamento ou atitude de alguém. Neste caso, esta palavra representa um comportamento tido como exemplar, onde a pessoa demonstra ser verdadeira, sincera, pertinente e honesta com os demais.
Quando determinado indivíduo é descrito como “autêntico”, normalmente significa que é digno de confiança e dono de um bom caráter.
Para viver de forma autêntica, libertadora até, se deve ser honesto consigo mesmo e poder reconhecer quando se está afastando diariamente do verdadeiro EU, ter consciência disso seria o primeiro passo.
A “Consciência” na explicação dada pelo dicionário dirigido por Antônio Houaiss é “Conhecimento, noção do que se passa em nós (…) Percepção mais ou menos clara dos fenômenos que nos informam a respeito da nossa própria existência…” Uma vez que tomamos consciência disso, podemos começar a colocar os nossos sentidos a serviço da busca da nossa única essência primordial.
Se adaptar aos meios sociais e profissionais sem expor sua essência, não são formas nem honestas e nem saudáveis de convivência.
Por isso, ser autêntico, é um caminho de sinceridade consigo mesmo. É um ato de valentia. É o maior ato de amor e respeito para consigo mesmo que podemos ter. As nossas relações sociais irão melhorar, já que você não vai mais representar papéis e posições que não lhe correspondem.
Patrick Rothfuss, jovem escritor americano, disse em uma frase icônica que o indivíduo “Era inteligente o suficiente para conhecer a si mesmo, corajoso o suficiente para ser ele mesmo e insensato o suficiente para mudar a si mesmo e, ao mesmo tempo, continuar se mantendo autêntico.”
Fica dica, ser autêntico é Bíblico, é Divino e libertador: “Deixai simplesmente que a vossa palavra Sim signifique Sim, e o vosso Não, Não.” (Evangelho de Mateus, 5:37).