Seminário de Prevenção ao Suicídio reuniu especialistas no auditório do IFSP em Votuporanga

Profissionais de diversas áreas, especialistas, estudantes da área participaram nesta sexta-feira (1º/9) lotaram o auditório do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) para o I Seminário Interdisciplinar Municipal de Prevenção e Posvenção do Suicídio.  

O objetivo do encontro foi discutir os aspectos comportamentais de pessoas com ideias suicidas, o luto pelo suicídio e os números dessa violência autoprovocada no município e no Brasil.  A ação que abriu a campanha Setembro Amarelo ocorreu por meio de uma iniciativa da Prefeitura de Votuporanga através da Secretaria Municipal da Saúde com a coordenação da rede de saúde mental do município, Unifev, Senac e IFSP. 

Para o coordenador da rede de saúde mental do município de Votuporanga, Reinaldo de Carvalho há uma questão cultural curiosa ainda no Brasil que acredita que falar sobre suicídio é uma forma de estimular o fenômeno, o que é uma inverdade. “Perguntar, conversar no nosso dia a dia, nos nossos atendimentos no ambulatório de saúde mental, durante o acolhimento do paciente se já houve alguma tentativa de suicídio ou se já pensou nessa possibilidade. Precisamos questionar esse indivíduo, ajuda-lo a falar sobre e oferecer apoio. A Organização Mundial da Saúde tem como objetivo a redução desses índices, pois os dados demográficos indicam que o aumento de suicídios consumados aumentou 60% nos últimos 50 anos”. 

O médico psiquiatra Dr. José Rubens Naime abordou os aspectos comportamentais do suicida e as possíveis formas de terapêutica. “Temos de refletir essa questão do suicídio que é muito complexa. O suicídio é um direito ou uma escolha? A psiquiatria afirma que a tentativa ou desejo de suicídio é uma doença e é multicausal. Hoje podemos notar um número grande de tentativa de suicídio devido a desesperança social econômica e política, essa perda de sonhos”, esclarece o médico.  

Há estudos acerca do luto que afirmam que o suicídio é um tema mais complicado para aconselhar e tratar o paciente, pois é uma morte extremamente violenta e que deixa uma pergunta sem resposta para os familiares, para os amigos, para os colegas de trabalho, enfim para a sociedade como um todo, é o que explica o psicólogo Vinícius Schumaher de Almeida. “O suicídio é conhecido como um luto complicado e ela extremamente estigmatizada e violenta para a sociedade. Muitas emoções e sentimentos estão envolvidas neste processo do enlutado pelo suicídio,  tristeza (o luto dói fisicamente), a saudade pela ausência, angústia, amor e ódio (ambivalência), culpa, baixa auto-estima, medo, estigma, suposições (e se…) e o porquê”. 

A abertura do evento contou com a apresentação de música e dança do grupo afro-brasileiro de Guiné-Bissau, que agitou os participantes. 

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