Seja sólido nesse mundo líquido

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Nossa sociedade pós-moderna é marcada pelo efêmero. Uma sociedade marcada pela velocidade surpreendente que tudo acontece e ao menos tempo o vazio que isso nos causa. Vivemos constantemente no estado líquido das coisas e com isso nos tornamos seres humanos cada vez mais superficiais, em busca de uma felicidade individualista e consumista.

Porém não fomos feitos assim em nossa essência, não sabemos viver sozinhos e não fomos programados para sermos tão superficiais. Dessa maneira, essa realidade tem causado no homem pós-moderno um estado de vazio existencial e carência que tem sido o grande problema da atualidade.

As coisas e as relação não são mais feitas para durar. Posso dizer isso baseada no estudo do consumismo que usa do marketing, em que a cada dia são criados e lançados produtos novos e melhores com o objetivo de substituir o antigo e criar nas pessoas uma necessidade exagerada de consumo. A sociedade do “ter” tomando conta da sociedade do “ser”. Percebendo isso o homem encontrou no mundo virtual, principalmente nas redes sociais uma maneira de tornar-se um objeto de consumo de si mesmo e das outras pessoas.

Sei que enquanto leem minhas palavras de hoje, podem estar pensando – porque a Bianca está falando tão difícil dessa vez? Logo ela que vive online, que posta, curte e compartilha, que tem cerca de 3 mil amigos em suas redes sociais, alguns que ela mesmo nem conhece? Talvez esteja escrevendo isso hoje e estudando um pouco mais sobre o assunto porque também tenho medo de me perder nessa superficialidade, porque talvez esteja sentindo a necessidade de ser mais sólida nesse mundo líquido.

Não sou contra a sociedade de consumo, tão pouco contra as mídias sociais. Acho impossível, ou pelo menos muito difícil vivermos sem estarmos inseridos nelas, faço parte dessa tal “geração y” e não me vejo offline. A minha preocupação é quando deixamos que o mundo virtual sobreponha o mundo real, sem nos darmos conta do perigo que há nisso.

No mundo virtual as pessoas são o que querem, vivemos uma felicidade inventada obcecados por atenção. Deixamos de perceber os momentos que a vida nos proporciona preocupados com uma selfie legal para receber várias curtidas e mostrar o quanto somos felizes e populares. Estamos presos ao um ciclo vicioso de exibicionismo e esquecendo que aquilo que não compartilhamos é o que revela realmente quem somos. Que quanto mais somos observados mais sozinhos estamos.

O uso inconsciente das redes sociais coloca em risco nossa liberdade existencial. Devemos entender que elas foram criadas para permitir a criação de sentido e conteúdo por todos nós e descentralizar esse poder da mão de poucos, para encurtar distâncias e não para nos distanciarmos de nós mesmos. Aquilo que você é fala muito mais alto do que aquilo que você compartilha, por isso não deixe que o mundo virtual seja o responsável pelo seu vazio existencial e sim seu aliado para expor suas ideias e momentos e encurtar suas distâncias. 

Tente sempre ser mais sólido nesse mundo tão líquido!

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