“Me cansei de lero-lero. Dá licença mas eu vou sair do sério. Quero mais saúde!
Me cansei de escutar opiniões!” (Saúde – Rita Lee)
Para falarmos sobre Saúde, recorri a Rita Lee para lembrar que todos nós temos que nos cuidar um pouco mais… e com qualidade! E escolhi a Acupuntura, como terapêutica de qualidade, para falarmos essa semana.
A Acupuntura faz parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que se caracteriza por um sistema de saúde integral, originado há milhares de anos na China, que interpreta as leis da natureza e sua inter-relação harmônica com os seres humanos.
Como fundamento, aponta a teoria do Yin-Yang, divisão em aspectos opostos de uma mesma energia corporal. No corpo do homem existe um equilíbrio energético (Energia Vital), que pode ser alterado por diversos tipos de influências, como alimentar, comportamental e emocional.
A Energia Vital (Chi/Qi), é a força motriz que impulsiona qualquer vida biológica, sendo a base conceitual da MTC. Durante muito tempo este conceito foi ignorado pela ciência ocidental, pensando-se ser apenas um conceito filosófico devido à dificuldade de medir e identificar essa energia. Um importante biofísico alemão, Fritz-Albert Popp (2003), redescobriu e fez a primeira análise física de uma substância energética que ele definiu como Biofótons.
Mais tarde, este mesmo pesquisador, num artigo publicado em 2005, demonstrou, por meio da biofísica e da física quântica, a existência dos meridianos de acupuntura, canais não físicos presentes no corpo por onde o Chi/Qi circula, tendo as mesmas características dos Biofótons.
Corroborando com a mesma descoberta, Vladimir Voeikov (2007), físico e pesquisador na Universidade de Moscou, declarou que os Biofótons “são uma radiação eletromagnética, capaz de modular as atividades fisiológicas das células vivas e dos sistemas vivos de ordem superior.” Esta substância possui as mesmas qualidades, leis e propriedades da Energia Vital humana.
A Energia Vital deve percorrer o corpo humano, por meio de canais de energia, denominados de meridianos, e sua falta ou seu excesso pode ser reequilibrado através da manipulação de pontos localizados nesses meridianos (pontos de Acupuntura).
Os sintomas de diversas doenças são atribuídos a bloqueios, desequilíbrios e rupturas no movimento da Energia Vital através dos meridianos, assim como às deficiências e desequilíbrios dessa mesma energia nos vários órgão e vísceras corporais.
A Medicina Tradicional Chinesa, geralmente, procura aliviar estes desequilíbrios ajustando a circulação do Chi/Qi no corpo empregando diversas técnicas terapêuticas, como a Acupuntura, as plantas medicinais (Fitoterapia), dietoterapia, práticas corporais, como o Tai Chi Chuan e o Lian Gong, e mentais, como a meditação e automassagem.
Além da inserção de agulhas, a Acupuntura se utiliza de outros recursos para a estimulação dos pontos dos meridianos de energia, podendo ser utilizados as ventosas, como também sementes de mostarda, ímãs, cristais, eletroestimulação (aplicação de estímulos elétricos em associação às agulhas), e até, a aplicação de laser de baixa potência nos pontos de Acupuntura.
Em muitos países desenvolvidos, como EUA, Canadá, Inglaterra e Alemanha, a Acupuntura já foi regulamentada como terapêutica multiprofissional, ou seja, não é exclusiva de uma determinada profissão da área de saúde.
No Brasil, a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, publicada na forma das Portarias Ministeriais nº 971 em 03 de maio de 2006, e nº 1.600, de 17 de julho de 2006, identificou a Acupuntura como terapêutica de caráter “multiprofissional”, permitindo seu exercício por todos os profissionais de saúde cujos conselhos federais tenham permitido a Acupuntura como elemento regulamentar de suas profissões. O COFFITO (Fisioterapia) aceitou a Acupuntura em 1985, o CFBM (Biomedicina) em 1986, o COFEN (Enfermagem) e o CFM (Medicina) em 1995, o CFF (Farmácia) em 2000, CFFo (Fonoaudiologia) em 2001, e CFP (Psicologia) em 2002.
É bem possível que, quebradas as barreiras políticas, os preconceitos místico-religiosos e o fortalecimento clínico-científico de sua eficácia, teremos a Acupuntura, bem como, outras terapeuticas complementares, inclusas brevemente aos sistemas tradicionais públicos de saúde.