Audiência ocorreu nesta quarta (16) em Frutal. Jorge Argemiro de Souza Filho diz que indicação de novo suspeito deve ser analisada. Kelly Cadamuro foi morta durante viagem de Rio Preto e Itapagipe.
O advogado de defesa da família de Kelly Cadamuro acredita que o acusado
o de matar a jovem durante uma carona combinada pelo WhatsApp apontou um novo suspeito, na audiência realizada na quarta-feira (16), para que ele não seja o principal acusado. Ela saiu de São José do Rio Preto (SP) e ia até Itapagipe (MG) quando foi assassinada em novembro de 2017.
Em entrevista ao G1, o advogado Jorge Argemiro de Souza Filho disse que Jonathan Pereira do Prado é sábio em relação à argumentação. “Ele é uma pessoa sábia no crime e também na conversa. Ele é dissimulado, te ludibria na conversa. É um bom arguidor das sustentações que traz ao processo”, afirma.
“Ele [o acusado] confessou parte do latrocínio, mas pode ter apontado um novo suspeito porque ele tenta se safar do crime de estupro já que a vítima foi encontrada sem a calça. O medo do preso nesta situação é do estupro, porque os detentos não admitem este tipo de violência.”
Mesmo diante de um novo suspeito o processo não será alterado, ainda segundo o advogado. O pedido para investigação foi encaminhado à Polícia Civil de Minas Gerais, que vai analisar a participação de uma outra pessoa no crime.]
“O Jonathan deu várias versões do caso, mas na audiência ele foi firme em falar desta quarta pessoa envolvida e, por este motivo, o principal caminho foi requisitar a autoridade policial”, conclui.
Kelly desapareceu no ano passado durante o trajeto de São José do Rio Preto (SP) para Itapagipe (MG) após oferecer carona em redes sociais.
As investigações mostraram que Jonathan estava com a jovem no veículo e durante o caminho roubou, bateu, estuprou e roubou a radiologista. O corpo foi encontrado dias depois do desaparecimento na zona rural de Itapagipe.
Além de Jonathan, Wander Luís Cunha e Daniel Teodoro da Silva também foram ouvidos no Fórum de Frutal pelo juiz Luiz Gustavo Moreira nesta quarta.
Wander e Daniel respondem por receptação, uma vez que teriam comprado os objetos roubados de Kelly. No entanto, eles não foram acusados por participação efetiva no assassinato. O trio foi localizado dias depois da morte da garota e aguarda o julgamento.
A Justiça vai ouvir por precatória outras testemunhas, abrir o prazo para alegações finais do MP e defesa e determinar a sentença em até 30 dias.
Entenda o caso
Kelly Cadamuro era estudante de radiologia e desapareceu no dia 1º de novembro depois de sair de São José do Rio Preto (SP) com destino a Itapagipe (MG), para encontrar com o namorado, de 28 anos.
Os familiares da vítima relataram que ela participava de um grupo de carona e tinha combinado de levar um casal para a cidade mineira. Mas, no momento da viagem, o suspeito Jonathan disse que a namorada desistiu e iria apenas ele.
O circuito de segurança de uma praça de pedágio registrou imagens da jovem passando pelo local dirigindo. Mais tarde, o carro retorna, mas é o homem quem aparece ao volante. A polícia encontrou o carro da jovem abandonado e sem as quatro rodas, o rádio e o estepe em uma estrada rural entre São José do Rio Preto e Mirassol (SP).
Em depoimento à polícia, Jonathan admitiu ter feito uso do aplicativo para armar o crime e que esperou chegar até um trecho sem movimento da rodovia para pedir que a motorista parasse o carro para ele urinar. A vítima estacionou e ele começou a dar socos no rosto dela.
O corpo da jovem foi encontrado em um córrego entre Itapagipe e Frutal (MG), sem a calça e com a cabeça mergulhada na água. A declaração de óbito apontou que ela foi vítima de asfixia e estrangulamento.