Ao longo de dez dias, festival ocupou o Parque da Cultura de Votuporanga com mais de 270 atividades gratuitas, distribuídas em 122 horas de programação
O encerramento foi marcado por um concerto da Orquestra de Câmara da Escola Municipal de Artes “João Cornachione ‘Oscarito'”, apresentado no auditório externo do Centro de Cultura e Turismo “Marão Abdo Alfagali”, no Parque da Cultura, sob a regência do professor Alex Massuia. A apresentação foi seguida de um show da banda Novos Bohêmios, que fechou o último dia de festival com um sarau musical, no palco do Galpão FLIV.
Com a maior programação de sua história, o FLIV chegou ao seu oitavo ano de existência oferecendo 100 atrações a mais do que em 2017, totalizando 273 atividades gratuitas, distribuídas em 122 horas de programação, para um público de aproximadamente 85 mil visitantes. Ao longo do evento, foram recebidas dezenas de caravanas escolares, vindas de mais de 60 cidades do Estado.
O público pôde desfrutar de grandes shows musicais, bate-papos com renomados autores brasileiros, espetáculos teatrais, circenses e de dança, além de dezenas de sessões de contação de histórias, oficinas, palestras, workshops, exibições de filmes, além de atividades esportivas e ao ar livre.
Organizado pela Secretaria da Cultura e Turismo da Prefeitura de Votuporanga, o evento foi executado pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA) e recebeu o apoio de diversas empresas e instituições. O festival contou ainda com a parceria da Secretaria Municipal da Educação, que viabilizou a visita de milhares de alunos das escolas de Votuporanga.
De acordo com a secretária municipal da Cultura e Turismo, Silvia Stipp, a oitava edição do FLIV se destacou graças à criação de novos espaços, à inovação dos projetos apresentados, ao número de livrarias presentes e à qualidade da programação, pensada para públicos específicos e para a contemplação de artistas da cidade: “foi a edição que mais garantiu a participação de artistas locais, por meio de saraus, oficinas, shows musicais, contações de histórias e artesanato”, destacou a secretária.
FLIV é referência nacional
O Festival Literário de Votuporanga é hoje uma referência para todo o país, seja pela sua trajetória de sucesso, pelo seu compromisso com a formação de público, tanto para a literatura quanto às outras linguagens artísticas.
A programação do FLIV não é feita de forma isolada. Ela é resultado de um amplo processo de curadoria coletiva, feita por entidades representativas na área cultural, como APAA, Centro de Apoio ao Escritor do Museu Casa das Rosas, POIESIS, Programa de Qualificação em Artes, SP Leituras e Senac Votuporanga. Todas elas reconhecidas e respeitadas nacionalmente com expertise na realização de eventos culturais e literários, que contribuem com sugestões, discussões, indicações de artistas, além de apoio logístico e financeiro, para o sucesso do evento.
A curadoria é resultante de várias escolhas e decisões compartilhadas, inclusive com a participação do Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC).
Em seus oito anos de realização, o FLIV demonstra claramente que é um festival pensado para todos. As crianças, sem dúvida, são público-alvo e têm acesso a uma programação responsavelmente indicada para elas, mas a programação adulta tem espaço igual em números e conteúdo.
Notadamente, em oito anos de realização, o FLIV se consolida nacionalmente como referência na formação de leitores e na forma múltipla que aborda a literatura.
É perceptível o quanto o festival se mostra importante na formação e aproximação do público a espaços culturais.
Autor homenageado
Em 2018, o autor homenageado pelo festival foi o cantor, compositor, poeta, artista visual e performer Arnaldo Antunes. O multiartista se apresentou no Palco Principal do evento, no dia 9 de setembro, com um show que levou ao público sucessos como “Fora de Si”, “Põe Fé Que Já É” e “Serenata de Domingo”, além de uma versão acústica da canção “Exagerado”, composta por Cazuza.
Atrações musicais
Além do homenageado Arnaldo Antunes, o FLIV 2018 também contou com a presença do cantor e compositor Moraes Moreira. Considerado um dos mais versáteis músicos da MPB, Moraes abriu o festival, na noite do dia 7 de setembro, com um grande show, no qual executou algumas de suas mais célebres composições, como “Acabou Chorare”, “Besta é Tu” e “Brasil Pandeiro”. No dia seguinte, o músico também participou de um bate-papo com o público, no Galpão FLIV, no qual tratou de temas como sua incursão no mundo literário – com os livros “A história dos Novos Baianos e outros versos” e “Poeta não tem idade” –, a influência da literatura de cordel e os principais momentos de sua carreira musical, tanto como artista solo quanto como integrante dos Novos Baianos.
Ao longo do evento, também subiram ao Palco Principal: o músico Kiko Zambianchi, com sucessos como “Primeiros Erros”, “Eu Te Amo Você” e “Hey Jude”; o espetáculo “Raizeiros”, comandado pelo tenor Nasar e focado no resgate da história da música sertaneja de raiz; e o grupo baiano Maglore, que agitou a plateia com canções de seu mais recente álbum, “Todas as Bandeiras”.
Projetos mantidos pela Prefeitura de Votuporanga também garantiram seu lugar no palco, com apresentações da banda Zequinha de Abreu e do Coral Canto Livre, com o espetáculo “Migrantes”, regido pelo maestro e pianista Marcio Zarsi.
Uma das novidades introduzidas durante o FLIV 2018 foi a faixa de programação “Sarau FLIV”, que levou uma série de apresentações musicais intimistas ao Galpão FLIV, logo após os shows do Palco Principal, sempre por volta das 22h. Participaram dos saraus as bandas locais: Os Partideiros, Canevettes Rock n’ Roll Band, Dona Maria, Zu Laiê e Cássio 7 Cordas, The Nineties, e Novos Bohêmios.
O auditório externo do Centro de Cultura também sediou atrações musicais, como o “Encontro de Chorões” e a apresentação do Grupo de Choro Tradição, além do concerto de encerramento do festival, com a Orquestra da Escola Municipal de Artes.
Escritores e contadores de histórias
Ao longo da oitava edição do FLIV, as conversas com escritores tiveram como principal tema “A literatura em múltiplas plataformas”, com destaque para discussões acerca da multiplicidade de linguagens e manifestações literárias, incluindo vertentes como a poesia, o jornalismo e as histórias em quadrinhos, além da performance, da videopoesia e da produção de roteiros.
Os convidados dos bate-papos foram selecionados pelo curador do evento, o crítico literário, escritor e gestor cultural Reynaldo Damazio, responsável pela coordenação do Centro de Apoio ao Escritor (CAE) do Museu Casa das Rosas, de São Paulo. De acordo com Damazio, “o FLIV 2018 acolheu um pouco da rica diversidade de dicções da literatura brasileira contemporânea, em seus múltiplos diálogos com outras linguagens e mídias”.
Entre os autores que marcaram presença no festival, estão nomes como Vladir Lemos, Marcelo Montenegro, Lubi Prates, Daniel Minchoni, Luiza Romão, Mel Duarte, Amara Moira, Taissol Ziggy, Lorena Kaz e Ivana Arruda Leite. “Colocar leitores, estudantes, novos autores, professores e público em geral diante da figura viva de escritoras e escritores é um passo fundamental para a democratização do acesso à cultura e ao conhecimento, dos quais se beneficiará toda a sociedade, do presente e do amanhã”, complementou Damazio.
Grande chamariz do público infantil, as sessões de contação de histórias ficaram a cargo de artistas e autores como: Fafá Conta; Anderson Novello; Janine Rodrigues; Dani Ribeiro; Cia. Entre Aspas; Denise Cruz, do Grupo Parampará; Wesley Cristina Rossini; Goimar Dantas; e Gabriela Carvalho.
Livrarias
Tendo em vista sua missão de promover e incentivar o hábito da leitura junto à população, o FLIV contou, mais uma vez, com a participação de livrarias, que comercializaram centenas de títulos durante o festival.
Ao todo, foram trazidos ao evento mais de 15 mil livros, distribuídos entre os estandes das livrarias Cultura, Espaço, Cortez e Mazzoni.
Tida como uma das principais referências nacionais no ramo do comércio de livros, a Livraria Cultura esteve pela primeira vez em um festival literário, trazendo cerca de 7 mil exemplares de 300 títulos diferentes ao FLIV.
Espetáculos teatrais, circenses e de dança
No segmento de artes cênicas, um dos destaques do FLIV 2018 foi a presença internacional do ator cubano José Antônio Alonso, da Cia. Teatro del Caballero. Além de ministrar a oficina “Semear a voz no corpo”, Alonso também se apresentou com o monólogo “De Paris, un Caballero”, no primeiro final de semana do festival.
Ainda integraram a programação: o espetáculo teatral “Maria Peregrina”, da Cia. Vice Versa; o espetáculo de dança “Pêndulo”, da RZ Cia. de Dança; os espetáculos circenses “Cortejo Circense”, “Compilação Suno”, “Fiorella Desequilibrada” e “O Mundo do Circo”; além dos espetáculos infantis “Os Outros Reservas”, da Cia. Aliateatro; e “Era uma vez…João e Maria”, “Circo Lando: o maior espetáculo da Terra”, e “Libel”, da Cia. Fábrica de Sonhos.
Exibição de filmes
Em parceria com a licença MPLC Brasil e o programa “Pontos MIS”, do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP), foram exibidos, durante o FLIV, diversos filmes de longa-metragem, na sala Cinema Cultural do Centro de Cultura e Turismo.
Foram selecionados, especialmente para a programação do festival, títulos voltados às mais diversas faixas etárias, incluindo desde animações até produções premiadas do cinema nacional.
No último sábado (15/9), o Cinema Cultural também recebeu a primeira exibição pública do do documentário de curta-metragem “À primeira vista”, dirigido por Mariana Lambert uma sessão e selecionado para o Festival de Curtas Universitários do Canal Futura e da Rede Globo. A sessão foi seguida de um bate-papo com a diretora e o protagonista do filme, o estudante de comunicação da PUC-SP, Nícolas Damazio, portador da neuropatia ótica hereditária de Leber (LHON), uma rara doença genética, responsável pela perda da visão central nos dois olhos.
Bate-papos e palestras
Diversos profissionais também participarão do FLIV 2018 com palestras, mesas-redondas e bate-papos com o público, realizados na sala Cinema Cultural do Centro de Cultura e Turismo.
A superintendente de bibliotecas da Associação Paulista de Bibliotecas e Leitura (SP Leituras), Sueli Regina Marcondes Motta, mediou o encontro “Biblioteca escolar e pública do município: reflexões sobre trajetória, aprendizados e desafios”, que reuniu representantes de bibliotecas escolares e municipais de toda a região. Já o diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, e a coordenadora da Unidade de Difusão Cultural, Bibliotecas e Leitura (UDBL) da Secretaria de Estado da Cultura, Sílvia Antibas, participaram do bate-papo “Território das Bibliotecas”.
A escritora votuporanguense Amanda Abreu realizou duas sessões da apresentação literária “Criação, edição e lançamento de um romance”, enquanto o autor paranaense Anderson Novello comandou o bate-papo “Os bastidores da escrita”, seguido de uma sessão de autógrafos, além de ter ministrado a palestra “Ler em casa, ler na escola: a formação do leitor literário”. Já a jornalista e escritora Goimar Dantas apresentou a palestra “A arte de criar leitores: reflexões e dicas para uma mediação eficaz”, numa parceria com o Senac Votuporanga.
A Secretaria Municipal da Saúde também ofereceu diversas palestras durante o festival. Os encontros trouxeram à tona temas de grande relevância, como: gravidez na adolescência, planejamento familiar, a importância da doação de leite e os benefícios do aleitamento materno.
Oficinas, workshops e aulas livres
Entre as atividades de destaque do FLIV 2018, também estiveram dezenas de oficinas, direcionadas aos mais diversos públicos e faixas etárias e espalhadas por diversos espaços do Centro de Cultura e Turismo e do Parque da Cultura.
Em parceria com a POIESIS, foram trazidas à Biblioteca Municipal “Castro Alves” oficinas de: Escrita Criativa, com Reynaldo Bessa; Literatura Marginal/Periférica, com Michel Yakini; Experimentação Poética Teatral, com Fernando Aveiro; Literatura e Intervenção Urbana, com Thiago Cervan; e Fotografia de Palco, com Marco Aurélio Olimpio.
Já os artistas e artesãos do Alpendre Ateliê, de Votuporanga, trouxeram ao FLIV diversas oficinas de artesanato e artes manuais. Ao longo da programação, o público teve a oportunidade de entrar em contato com atividades como: origami; desenhos de rosto, observação e cartoon; bordado; e confecção de artigos em feltro, linha, tecido e fuxico.
O Senac Votuporanga levou ao festival, além de oficinas de grafite, com Edgard Andreatta , e oficinas de fotografia, com Ester Alkimim, sua tradicional feira de troca de livros e um espaço para atividades com óculos de realidade virtual (VR), instalado na Biblioteca Municipal.
O público também pôde participar de oficinas, aulas livres, vivências e workshops das mais diversas modalidades, incluindo: produção de tintas naturais; yoga; ballet aéreo; danças urbanas, interativas, para terceira idade e para mães e bebês; videomaker; artes musicais e circenses; poesia e li teratura marginal; slackline; zumba; percussão, jongo e oralidade; batalha de rimas; confecção de fantoches, brinquedos, mandalas, bonecos de jornal e bonecas abayomi; flash mob de sapateado; técnica papercraft; experiência rítmica com colheres de vôlei e intervenções poéticas.
Organização
A organização do Festival Literário de Votuporanga ; capoeira; clínica FLIV 2018 é da Prefeitura de Votuporanga, com execução da Associação Paulista de Amigos da Arte (APAA) e promoção da TV TEM, afiliada da Rede Globo. O evento conta com o patrocínio da Facchini; copatroc ínio da Unifev, Caixa Econômica Federal, Cofco International, Senac e Porecatu Supermercados; apoio da Cantoia Figueiredo, Santa Cruz Supermercados, Starb Alimentação, Vikstar, Marão Seguros, Ville Hotel Gramadão, Fiorilli Software, Pollus e Câmar a Municipal de Votuporanga, com a colaboração da Poiesis Organização Social de Cultura, Qualificação em Artes, Oficinas Culturais, Museu Casa das Rosas, SP Leituras e Pontos MIS. Para mais informações sobre o festival, acesse o site: www.flivotuporanga.com.br ou a fanpage: www.facebook.com/flivotuporanga .